quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O Jogo do Exterminador

Eu me considero um leitor bastante assíduo. Tenho sempre uns dois livros em “movimento” e nunca paro de aumentar a fila dos que esperam para serem lidos. Por isso raramente pego algum para reler, mesmo quando a lembrança começa a falhar demais.

Mas tem alguns que merecem uma segunda vez. Já reli um porque queria relembrar da história antes de assistir à adaptação no cinema; outro porque tinha tantos detalhes que alguns passaram meio despercebidos na primeira vez.

Mas tem um livro que eu tive que ler em três ocasiões: O Jogo do Exterminador. E foi o único que conseguiu tal proeza.

O Jogo do Exterminador (Ender’s Game, no original) foi meu primeiro contato com a literatura sci-fi, e acho que eu ainda tinha uns 12 anos. Um primo mais velho, grande aficionado pelo gênero, me emprestou vários livros e esse clássico de Orson Scott Card estava entre eles. Foi uma leitura difícil na época. Alguns termos eram muito alienígenas pra mim; a essência, entretanto, foi captada da melhor forma possível.

Já na época da faculdade, com vários amigos nerds e fãs do mesmo tipo de literatura, volta e meia o livro vinha à nossas conversas e, graças àquele velho exemplar do meu primo, pude rever muitos detalhes que eu não havia entendido na primeira leitura. A guerra entre humanos e alienígenas adquiriu contornos mais interessantes, e deixava de ser a história do garoto que treinou para batalhar.

Anos depois de conquistar meu diploma, passeando num shopping em Campinas vi uma nova versão do livro. O exemplar do meu primo havia sumido na mão de alguém que o pegou emprestado e acabei levando aquela nova pra casa. No mesmo dia recomecei a leitura.

E Ender Wiggins ainda parecia o mesmo garoto assustado, embora todos os motivos de seu treinamento parecessem cada vez mais obscuros e malignos. Afinal, é a história do garoto selecionado a dedo para se transformar naquele que deveria levar os humanos à vitória contra os alienígenas invasores. Dane-se a inocência, a humanidade precisava sacrificar algo mesmo. A guerra era a prioridade.

Hoje, prestes a virar filme, O Jogo do Exterminador ainda me parece o ápice do sci-fi na literatura, dentre aquilo que li. Muitas vezes me pego olhando para a estante e verificando se ele ainda está lá. E toda vez tenho vontade de reler um ou outro trecho que surge na cabeça.

3 comentários:

  1. Que post legal, André. Nunca imaginei que aquele exemplar de O jogo do exterminador, de Orson Scott Card, seria tão referencial para você e iniciaria tantos novos leitores no gênero.
    E já que você curtiu, leia também as sequências O orador dos mortos e Xenocídeo, ambos traduzidos no Brasil pela Devir Livraria.
    Grande abraço do seu velho primo que continua sendo fã de FC.

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    1. César, recentemente encontrei a versão da Devir do Orador dos Mortos e comprei para ler em breve. E aquele seu exemplar se perdeu em Bauru, infelizmente. Junto com o Neuromancer, do Gibson, que você me emprestou junto com o do Scott Card, lembra disso?

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  2. Felizmente faz bem pouco tempo que li Ender's Game e é tão bom quando a gente encontra um livro bem escrito e maravilhosamente bem imaginado. Merecidos todos os prêmios que levou.

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