
É fato, ambos estão na moda. E essa superexposição acaba gerando cada vez mais produtos, e cada vez com menos qualidade. Nisso a originalidade vai se extinguindo aos poucos até que tudo acaba sempre parecendo igual.
O último vampiro que realmente me impressionou foi o de Gary Oldman, em Drácula de Bram Stoker, de 1992. Aquele misto de cavalheiro e monstro, se não chegava a assustar, pelo menos fazia jus a toda tentativa anterior do cinema e literatura em personificar o vampiro ideal.
De lá pra cá os vampiros foram sendo torcidos e adaptados a diversos tipos de tramas e enredos, desde o “casal” de Entrevista Com o Vampiro, aos combatentes de Underworld, chegando a essa nova fase purpurinada dos vampiros vegan de Crepúsculo.
Algumas outras adaptações até que tentaram algo novo e interessante, mas as boas idéias acabaram esbarrando em execuções não tão atrativas, como a HQ 30 Dias de Noite, e sua versão cinematográfica.
Já o conceito de turba incansável que os zumbis representam nunca chegou a ser minha preferência. Embora goste dessa idéia de força imparável, assistia aos filmes e lia alguns quadrinhos com o mesmo interesse que dispenso ao outros monstros clássicos. Normalmente as boas idéias nunca eram utilizadas nos monstros, e sim nos que tentavam sobreviver.
Quando encarada como uma espécie de doença, a praga dos zumbis fica um pouco mais interessante, embora fuja do conceito clássico. Dois filmes me agradam justamente por isso. O primeiro é o inglês Extermínio, embora o foco seja novamente nos sobreviventes. O outro é o espanhol REC.
Uma das grandes exceções é Celular, de Stephen King. Aqui consegui me surpreender com uma idéia razoavelmente simples e que é uma evolução do conceito rotineiro aplicado ao morto-vivo. Isoladamente um zumbi não causa tanto espanto, mas coletivamente pode ser bastante assustador. Talvez eu escreva especificamente sobre esse livro algum dia.
Vampiros e zumbis são dois tipos de mortos-vivos que deveriam estar relegados ao submundo, ao underground, mas que, curiosamente, estão populares o suficiente para gerarem filmes, livros, seriados, e se tornarem ídolos e heróis de adolescentes. E é por isso que eu me afasto dessa moda como o vampiro se afasta da cruz... Se é que isso ainda acontece...
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