quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O primeiro Burn você nunca esquece

No último final de semana fui para São Paulo. Domingo seria o show do Amorphis e eu queria aproveitar o sábado para dar uma volta na Galeria do Rock, coisa que eu não fazia há muitos meses.

Como sempre, minha esposa e eu separamos os CDs para viagem, escolhendo coisas que ambos gostamos de ouvir. Dessa vez ela queria especificamente algo com o Glenn Hughes, então pegou o Stormbringer, do Deep Purple.

Mas eu pisei na bola. Esqueci o Stormbringer pra trás. Só descobrimos isso depois de termos ouvido todo o primeiro disco. Pra tentar remediar a coisa, prometi pra ela que compraria então o Burn, do mesmo Deep Purple, pra ouvirmos na viagem de volta.

E, vocês sabem, o Burn é um disco icônico do rock. Um daqueles álbuns que todo mundo tem que ter. E era uma lacuna imensa na minha coleção de discos. Meu esquecimento, então, serviria para me forçar a corrigir essa falta na estante.

Tudo isso já seria o suficiente para eu nunca me esquecer do dia em que comprei o Burn. Mas teve mais...

Com a internet ficou muito fácil de comprar CDs, mas fazer isso na Galeria do Rock, por mais enfraquecida que esteja, ainda é meio mítico. Seja porque você revê aqueles personagens que estão lá desde que visitou o lugar pela primeira vez, ou porque cada compra te garante um papo com o vendedor. A verdade é que a Galeria ainda pode ser muito legal.

E eu estava lá, cheio de sacolinhas na mão, quando entrei na Die Hard para ver o preço do Burn. Já tinha decidido que compraria lá mesmo, pois o atendimento é sempre bom e eles raramente não têm os discos que procuro.

E com o Burn já devidamente embalado, recebendo meu cartão de volta das mãos do vendedor, o dono da loja (que está sempre por lá, diga-se) me cumprimentou sorridente e disse: “você vai lembrar para sempre desse dia, porque a gente nunca esquece quando compra o primeiro Burn”. Então contei a ele a promessa que fiz à minha esposa. Ele riu, claro, e confirmou o que já havia dito: “Melhor ainda. Agora que não vai esquecer mesmo!”.

Poderia ter sido uma compra comum. Teria escolhido o disco, pago, e saído da loja sem nenhuma história pra contar. Mas a Galeria do Rock ainda tinha essa reservada pra mim. E, pelo jeito, o camarada estava certo, o primeiro Burn você realmente nunca esquece.

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