
Uma das coisas que mais gosto do heavy metal é a sua liberdade de expressão. Embora existam aquelas bandas que preferem tratar de temas corriqueiros, o dia-a-dia, dúvidas e questionamentos pessoais, e até mesmo suas crenças religiosas, é bem comum encontrar as que optam simplesmente pela união da música com outros tipos de arte, e a literatura e o cinema sempre surgem como candidatos a temas. O Blind Guardian é um bom exemplo disso, já que já teve como inspiração, por exemplo, várias histórias de Stephen King, o clássico Blade Runner, O Silmarillion de Tolkien (que ocupou um disco inteiro) e Krynn, mundo em que se ambienta o cenário Dragonlance de Dungeons & Dragons.
Mas mais legal ainda é ver nos discos histórias criadas pelos próprios músicos, contadas através das letras e desenvolvidas álbum a álbum, às vezes até com capas fazendo referência a determinados eventos ou personagens da narrativa.
Um dos exemplos que mais gosto é o Iron Savior. O conceito principal em volta do Iron Savior é a imensa nave (que leva o nome da banda), criada por cientistas da Atlântida, em eras remotamente distantes do surgimento da raça humana como conhecemos hoje. A nave foi criada com um componente orgânico, um cérebro humano ligado ao CPU do computador central – a bio-unit - responsável pelas decisões que exigissem moral e ética, deixando a programação base para o computador. O cientista criador do projeto desejava se tornar essa bio-unit, mas frente à recusa de seus superiores tornou-se amargo e, tentado pela vingança, vendeu aos inimigos da Atlântida os códigos de acesso à nave.
Para impedir que seus inimigos tomassem o controle do Iron Savior, Atlântida não teve outra opção a não ser programar a máquina para uma jornada através do espaço, com a esperança de que a guerra já estivesse vencida quando ela retornasse. No entanto, um erro de programação coloca a nave numa jornada de 350 mil anos. E, durante essa jornada, a bio-unit se torna solitária e começa a questionar sua existência, entrando num estado de dormência.
Seu retorno se dá já no futuro da humanidade como a conhecemos. E a nave não reconhece a civilização como sendo Atlântida, o que desperta suas defesas contra o que só pode ser o inimigo. Com a bio-unit adormecida não há como questionar a real situação, e o Iron Savior torna-se uma ameaça.
O criador da história do Iron Savior é Piet Sielck, guitarrista e vocalista (e produtor) da banda. Já são sete álbuns desde o primeiro, e a história foi sendo desenvolvida, com diversos outros elementos inseridos a cada capítulo. A influência de Star Trek (sempre admitida por Sielck) é bem perceptível, mas mais como uma inspiração do que um guia.
No site da banda (aqui!) tem a história contada direitinho, com diversos detalhes que não caberiam aqui. E nem precisa gostar da música deles.
Do estilo eu não gosto, mas a historia é interessante.
ResponderExcluirMas tipo, os caras só falam disso no álbum? Ou é uma ou outra música que conta a história?
No começo as músicas eram todas sobre a história. Mas depois ele passaram a falar de uma ou outra coisa, mas é raro. Normalmente as letras giram em torno do conceito deles mesmo.
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