domingo, 18 de março de 2012

Zorro, Começa a Lenda

O Zorro é um personagem que eu conheço desde pequeno. Um cavaleiro vestindo negro, de capa, espada e chicote, e um bigodinho picareta que arrematava o visual pouco atrativo pra uma criança que assistia aos Cavaleiros do Zodíaco, Caça-Fantasmas e Comandos em Ação.

Eu carreguei tal imagem por muitos e muitos anos. Tanto que, mesmo sendo um grande fã de cinema e com muito tempo para gastar nas salas (época de faculdade noturna, ainda sem emprego diurno) ignorei completamente a versão cinematográfica de 98, A Máscara do Zorro. E, veja bem, tenho certeza de que assisti a filmes inferiores durante esse período. Tudo porque o personagem não conseguia exercer nenhum tipo de interesse sobre mim.

Mas, como o destino ás vezes cuida de manter sua face irônica, no aniversário do ano passado ganhei o romance Zorro, Começa a Lenda, de Isabel Allende, presente de amigos. Como se tratava de um presente, e vinha acompanhado de uma boa fama de sua autora (responsável por A Casa dos Espíritos, que virou filme e todo mundo viu), resolvi não fugir da leitura e enfim conhecer melhor o tal cavaleiro.

Demorou um ano para pegar e ler o livro. Mas ainda bem que o fiz, pois é um dos mais legais que tive o prazer de ler nos últimos meses.

O livro não é exatamente sobre Zorro, e sim sobre Diego de La Vega, o adolescente que, imbuído de extremo senso de justiça, carisma e cara de pau, cresce, estuda e cria o Zorro como uma forma de resposta às injustiças do mundo. Ou, pelo menos, do seu mundo.

E, mais do que uma aventura, o enredo é rico no aspecto histórico, já que de La Veja começa sua jornada na Califórnia de 1790, onde as missões espanholas tentam sobreviver com pouco em sua responsabilidade de “civilizar” os índios, passa por uma Barcelona ocupada pelas tropas francesas de Napoleão Bonaparte, e volta ao seu ponto de origem para enraizar e fortalecer a lenda do Zorro.

É razoavelmente clichê, pois temos um paladino perfeito no papel de herói e um antagonista vilanesco, ganancioso, disposto a falcatruas e crueldades como meio para seja lá qual for o seu objetivo. Mas, ao mesmo tempo, é uma aventura fascinante e curiosa que segue as origens de um herói que, se não me parecia grande coisa quando criança, hoje adquire status de grande lenda. Uma ótima surpresa!

Um comentário:

  1. Cara, também tinha a mesma impressão sobre o Zorro. Mas acabei assistindo as versões cinematográficas. Acho que já falei aqui, mas ultimamente meu tempo dedicado à leitura é praticamente zero, infelizmente.

    Vamos ver se depois que terminar a pós consigo retomar esse hábito.


    Abraço.

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