domingo, 22 de abril de 2012

Fates Warning e Queensrÿche, HSBC Brasil, 14/04/12


Meu sonho de ver o Fates Warning ao vivo foi realizado dia 14/04, quando os pais do que hoje se chama prog metal se apresentaram no Brasil pela primeira vez em sua história. Embora fosse o opening act da noite, que tinha como headliner o Queensrÿche em sua turnê comemorativa de 30 anos, muita gente compareceu ao HSBC Brasil única e exclusivamente pelo FW. E eu era um desses.

Quando as sirenes (que abrem o disco Disconnected, de 2000) começaram a soar nos PAs eu já estava completamente envolvido pelo sentimento de satisfação. Já sabia mais ou menos qual seria o set list, pois vinha acompanhando seus repertórios desde o começo do ano, e quando todos os músicos subiram ao palco (incluindo aí o ex-baterista do Dream Theater, Mike Portnoy, convidado especial para esse show) a expectativa por One (também do Disconnected) se mostrou correta.

One é a música perfeita para o FW abrir seus shows, e a seqüência com Life In Still Water e A Pleasant Shade Of Gray, Part III manteve o padrão, pois são canções que juntas reúnem todas as principais características da banda. Toda as mudanças e quebras rítmicas, os refrões melodiosos e a bateria extremamente detalhada (tocada quase à perfeição por Portnoy, que fez algumas alterações e cometeu alguns erros perceptíveis apenas por quem conhece as músicas à fundo) estavam lá e fizeram a alegria dos fãs.

Eles tocaram músicas de todos os discos da fase Ray Alder, ignorando os três primeiros álbuns, registrados com a voz de John Arch. Pallalels (91), talvez seu disco mais clássico, foi o grande destaque, com suas músicas sendo cantadas por muitos fãs. Foi muito legal ver o povo cantando Point Of View e Eye To Eye, e a reação da banda mostrava que eles não esperam algo assim.

A grande surpresa do set foi Pieces Of Me, do Disconnected, e que foi muito bem recebida. O Fates Warning não vinha tocando a música nos shows europeus, e sim Still Remains, com seus poucos mais de 15 minutos de duração.

O fim veio com Monument, clássico do Inside Out (94). Um encerramento adequado, mas para os fãs, muito precoce. Já se sabia que o show seria curto, mas eu simplesmente não queria que acabasse. Eu ainda queria ver Outside Looking In, At Fates Hands, We Only Say Goodbye, So, Silent Cries, Don’t Follow Me, Simple Human… Enfim, pra me contentar totalmente teria que ser um show de umas duas horas e meia.

Outra coisa que me impressionou é a postura dos caras no palco. A presença do baixista Joey vera é impressionante, muito seguro e muito à vontade, parece que está fazendo a coisa que mais gosta na vida. A volta dos solos de Frank Aresti (e seus backing vocals) fez muito bem ao Fates Warning. Jim Matheus, o gênio por trás do FW se contenta em fazer suas bases, enquanto Ray Alder canta como poucos. Uma banda muito equilibrada.

Já o Queensrÿche fez um show agradável e que abrangeu grande parte dos seus discos. Alguns clássicos de que realmente gosto foram tocados entre outras músicas que não dou muita bola, mas que garantiu minha presença até o final do espetáculo.

sábado, 21 de abril de 2012

Heavenly Sword e Castlevania: Lords Of Shadow

Duas coisas me atraem num jogo: a beleza e o enredo. Como o enredo é um fator que se desvenda apenas durante o jogo, é o fator beleza que me atrai de cara e que me faz ir adiante. Nessa linha de raciocínio eu terminei recentemente dois jogos dignos de nota, um por ser uma bela surpresa, e o outro por ser uma triste constatação.

Fiquei realmente decepcionado quando Castlevania: Lords of Shadow se mostrou um jogo pífio e de enredo medíocre. Tudo levava a crer que seria algo realmente grandioso, pois o início é magnífico, com paisagens e trilha sonora muito acima da média. Mas as aparências realmente me enganaram.

A história do cavaleiro que vai atrás da ressurreição de sua amada, desvendando os mistérios e enfrentando os perigos que sua própria ordem de cavalaria criou para o mundo é clichê, mal utilizada e a todo instante fica a impressão de que estamos andando em círculo e indo a lugar nenhum, pois é tudo muito repetitivo e chato. A isso é somada a sonoplastia do jogo, que é absurdamente irritante de tão repetitiva.

Fora isso o sistema de jogo é daqueles em que você não tem como resolver certas coisas na fase no primeiro momento em que passa por elas. Você deve voltar a elas no futuro, quando tiver adquirido tal habilidade. Pra mim isso é ridículo, pois vai totalmente contra o enredo, e sempre me incomoda bastante.

Logo depois de Castlevania dei início ao curto, porém belíssimo, Heavenly Sword. Com mais ou menos as mesmas características de estilo ao anterior (jogo em terceira pessoa, combates frequentes, comandos programados aliados à animação, etc), a história de Nariko começa na batalha final, onde ela sucumbe à maldição de sua espada e relembra seus últimos cinco dias e como chegou até aquele ponto.

Tão bonito visualmente quando Castlevania, Heavenly Sword supera o rival em todos os outros pontos. Um enredo muito interessante, missões bem variadas e, sobretudo, uma dublagem que faz toda a diferença para quem está preocupado com a história, como eu.

Os dois personagens principais, Nariko e o Rei Bohan, seu antagonista, são dublados respectivamente por Anna Torv (a agente Dunham, de Fringe) e Andy Serkis (o Golum, de Senhor dos Anéis). E ambos fizeram sua parte de forma realmente impressionante. Torv emprestou à Nariko um tom grave, forte, muito condizente com a personagem, guerreira, criada sob desconfiança e ressentimento de seu povo.

De errado em Heavenly Sword só vejo a sua curta duração. Não sou de jogar por muitas horas seguidas, e alcancei seu final em pouco mais de uma semana. Mesmo assim, o pouco tempo é totalmente válido. Sobretudo se comparado ao Castlevania...